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Olimpíadas de Tóquio


Clark Kent

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“Seria como fazer uma prova sem poder estudar ou ir às aulas.” A metáfora, do nadador carioca Bruno Fratus, dono da quarta melhor marca dos 50 metros nado livre em 2019, era atalho para entender a angústia dos atletas às vésperas de o Comitê Olímpico Internacional e o governo japonês adiarem a Olimpíada de Tóquio para 2021. Realizá-la agora, entre 24 de julho e 9 de agosto deste ano, seria uma imprudência, quase uma desumanidade. O motivo: os esportistas de alto rendimento encontram-se como nós — confinados em casa, sem um claro prognóstico de quando poderão voltar à normalidade. Por mais que tentassem fazer uma adaptação aqui e ali, a alternativa do “home office”, para eles, é mero truque psicológico.

A correta e difícil decisão de adiar os Jogos é prova de que, até a pandemia do coronavírus ser controlada, nada mais importa, nada mesmo — nem a beleza de uma Olimpíada. “Apesar da comemoração dos atletas, ninguém ganhou”, diz o ex-jogador de vôlei Bernard Rajzman, medalhista de prata nos Jogos de Los Angeles-1984 e membro do COI desde 2013. “Haverá prejuízos em diversas esferas.” Nas próximas semanas, os organizadores japoneses e demais entidades (federações e comitês nacionais) deverão fazer mais do que apenas contabilizar perdas. Precisarão apresentar um plano de ação para a realização dos Jogos, em algum momento do ano que vem.

A contagem regressiva, que estava em menos de 120 dias até o acendimento da pira olímpica no Estádio Olímpico de Tóquio, foi, evidentemente, ampliada — e tem de ser definida com precisão, de modo que permita a atletas e dirigentes a construção de um calendário que culmine no pódio. Estima-se que o torneio ocorra entre abril e setembro de 2021. O gabinete do primeiro-ministro Shinzo Abe vê com simpatia a possibilidade de a competição acontecer no período da primavera, ou seja, daqui a exatos doze meses, justamente quando as flores de cerejeira, as sakuras, desabrocham e dão um charme especial à capital do país. Mas é, por ora, apenas uma intenção, quase um sonho distante. Antes, será necessário decidir como se preencherá metade das vagas ainda abertas, por meio de seletivas e torneios eliminatórios. E sabe-se lá quando poderão ser disputados. “Para chegarem em ótima forma e diminuir as possíveis diferenças entre países que vencerão o surto primeiro, seria ideal que cada atleta tivesse no mínimo doze meses de preparação”, diz Irineu Loturco, diretor-técnico do Núcleo de Alto Rendimento Esportivo (NAR), de São Paulo.

Há outro nó: os mais de 6 000 esportistas já classificados (entre eles 178 brasileiros) terão a ida a Tóquio garantida ou ficarão sujeitos a novos critérios de classificação? Pior: existe sempre a chance de uma lesão inesperada tirar dos campos, quadras e pistas alguém que está hoje no auge da forma, e que teria plenas condições de participar do evento caso ele fosse realizado neste ano.

Tudo somado, o nome do jogo é “data”. Não haverá acordo para o novo cronograma sem a anuência das emissoras de televisão, em especial a americana NBC, a galinha de ovos de ouro do COI — três quartos das receitas nascem de acordos comerciais pelos direitos de transmissão. Isso significa que, mais que agradar aos atletas, o momento escolhido terá de ser costurado com quem dá as cartas. Toda Olimpíada, a do Rio, inclusive, em 2016, ocorre em um período de duas semanas em que os Estados Unidos, e também a Europa, estão em seca de eventos esportivos. Em abril, por exemplo, usualmente são disputadas as finais da NBA, a liga americana de basquete, além da fase decisiva dos campeonatos europeus de futebol.

O esforço só terá valido a pena se os Jogos puderem ser realizados em segurança, seja para os atletas e visitantes, seja para o povo japonês. Por enquanto, o presidente do COI, o alemão Thomas Bach, prefere o discurso esperançoso de que a Olimpíada de Tóquio será a recompensa mundial pela vitória sobre a Covid-19. “A chama olímpica pode ser a luz no fim deste longo túnel pelo qual atravessa a humanidade”, disse, emocionado. Ainda não foi definido, talvez por ser cedo demais, se Tóquio-2021 fará com que os Jogos posteriores sejam também postergados por um ano, algo que equivaleria a alterar o calendário gregoriano. Desde sempre, ao menos desde 1896, quando houve a primeira Olimpíada da era moderna em Atenas, nós nos habituamos a contar a vida de quatro em quatro anos, sempre pares. Em tempo: os organizadores decidiram manter o nome, Tóquio-2020, mesmo tendo sido empurrado para a frente. É gesto de respeito atrelado ao histórico orgulho japonês, mas tem uma explicação econômica — não há como jogar fora o arsenal de suvenires temáticos já produzidos, tampouco redesenhar toda a programação visual da grande festa deste ano bissexto perdido.

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  • 3 meses depois...
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O ESTADO DE S.PAULO

O Comitê Organizador dos Jogos de Tóquio confirmou ontem que todos os locais de competição, a Vila Olímpica e as instalações de imprensa estarão disponíveis para utilização em 2021.

Com tudo liberado, a agenda de disputas também manterá a base programada originalmente.

Após o anúncio em março passado do adiamento da Olimpíada para 2021 por causa da pandemia da covid-19, o Comitê Olímpico Internacional (COI) e o Comitê Organizador começaram a trabalhar em cima das novas datas do evento.

A cerimônia de abertura, no reformado estádio Nacional de Tóquio, será em 23 de julho de 2021, mas as competições serão iniciadas dois dias antes.

Em 21 de julho, às 9 horas locais (final da noite do dia 20 no Brasil), em Fukushima, os Jogos Olímpicos começarão com uma rodada da fase de grupos do softbol. De acordo com o Comitê Organizador, poucos eventos tiveram o calendário alterado por conta do adiamento.

Segundo o Comitê Organizador, todos os ingressos já vendidos são válidos para 2021, mas quem quiser pode receber o dinheiro de volta a partir do final de setembro deste ano. A organização ainda está fazendo o levantamento das despesas com adiamento.

Yoshiro Mori, presidente do Comitê Organizador, insistiu no conceito de “simplicidade” nos Jogos de Tóquio. “Serão diferentes de qualquer outro. Temos que nos concentrar na simplicidade. Todas as partes devem revisar seus objetivos”, afirmou.

 

 

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  • 3 semanas depois...
NOTÍCIAS

https://esportes.estadao.com.br/noticias/jogos-olimpicos,organizacao-diz-que-olimpiada-de-toquio-acontecera-mesmo-sem-fim-do-coronavirus,70003388166

Os Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados deste ano para 2021, agora com a cerimônia de abertura agendada para o próximo dia 23 de julho, vão acontecer mesmo que o novo coronavírus não desapareça ou ainda não haja uma vacina contra ele.

Essa é a posição de Toshiro Muto, chefe do Comitê Organizador da Olimpíada no Japão, em entrevista ao jornal britânico Financial Times, que afirmou ainda que não há a possibilidade de um novo adiamento.

"Não sei qual será o estado das infecções por novo coronavírus no próximo verão (no hemisfério norte), mas as chances de que isso seja algo do passado não são altas. Em vez disso, o importante é realizar as Olimpíadas para pessoas que precisam conviver com a covid-19", disse o dirigente japonês.

Se precisar, não faz nem Cerimônia de Abertura e nem Cerimônia de Encerramento.

Faz só as competições sem público.

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Jogadores de futebol (com menos de 24 anos) que vão ter idade para jogar as Olimpíadas de Tóquio pelo Brasil :

GOLEIROS

. Ivan (Ponte Preta)
. Hugo Souza (Flamengo)

LATERAIS

. Guga (Atlético-MG)
Eder Militão (Real Madrid)
. Ramon (Flamengo)
. Ayrton Lucas (Spartak de Moscou)

ZAGUEIROS
. Ibañez (Roma)
. Gabriel Magalhães (Arsenal)
. Robson Bambu (Nice)
. Natan (Flamengo)

MEIAS

. Patrick de Paula (Palmeiras)

. Bruno Guimarães (Lyon)

. Wendel (Zenit)

. Gabriel Menino (Palmeiras)

. Matheus Henrique (Grêmio)

. Douglas Luiz (Aston Villa)

. Lucas Paquetá (Lyon)

. Gérson (Flamengo)

. Igor Gomes (São Paulo)

. David Neres (Ajax)

. Reinier (Borussia Dortmund)

ATACANTES
. Matheus Cunha (Hertha Berlim)

. Rodrygo (Real Madrid)

. Brenner (São Paulo)

. Paulinho (Bayer Leverkusen)
. Antony (Ajax)
. Pedrinho (Benfica)
. Yuri Alberto (Internacional)

. Vinicius Júnior (Real Madrid)

. Pedro (Flamengo)

. Pepê (Grêmio)

. Richarlison (Everton)

 

Editado por E.R
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  • 3 semanas depois...
NOTÍCIAS

https://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/governadora-de-toquio-mostra-confianca-sobre-realizacao-das-olimpiadas-esta-nos-trilhos.ghtml

gettyimages-1163977717.jpg

 

A menos de um ano da realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, a governadora de Tóquio, Yuriko Koike disse, em entrevista para a Reuters, que a preparação está dentro do planejado.

A cidade bateu, no início deste mês, o recorde de novos casos de Covid 19, mas viu uma queda deste número nas últimas semanas.

- Acho que a situação está muito melhor do que antes. Faremos o nosso melhor para prevenir infecções por coronavírus aqui no Japão e também para dar as boas-vindas aos atletas de todo o mundo - disse.

 

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  • 4 semanas depois...
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O ESTADO DE S.PAULO

O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, adiados para 2021 por causa da pandemia do novo coronavírus, anunciou ontem algumas medidas que pretende tomar para evitar possíveis infecções de Covid-19 entre os atletas.

Uma delas é limitar os deslocamentos ao mínimo necessário dos alojamentos para os locais de treino e competição.

Esta medida faz parte da proposta de protocolo de segurança sanitária para a chegada dos atletas olímpicos ao Japão e sua permanência durante o evento, que terá a cerimônia de abertura em 23 de julho e a de encerramento no dia 8 de agosto de 2021.

Será agora discutida com o Comitê Olímpico Internacional (COI) e federações.

Os atletas não serão obrigados a cumprir o período de isolamento de 14 dias atualmente imposto a pessoas que chegam ao Japão de uma ampla lista de países, mas terão de se submeter a testes constantes e seus movimentos vão ser limitados para evitar o contato com os cidadãos locais.

“Os atletas têm de ser protegidos e se entrarem em contato com o público podem se infectar. Temos também de proteger os cidadãos de possíveis infecções”, diz Toshiro Muto, presidente do Comitê Organizador.

O protocolo para atletas e equipes técnicas exigirá que façam um teste para o novo coronavírus 72 horas antes de viajar para o Japão e tenham um atestado médico com resultado negativo, ao qual uma segunda análise será adicionada na chegada ao território japonês.

Os atletas só poderão se deslocar entre o aeroporto, os locais de alojamento (locais que vão acolher as equipes antes dos Jogos e a Vila Olímpica, em Tóquio, durante a competição) e as instalações esportivas para treinos e competição.

Os anfitriões japoneses também planejam submeter os atletas a testes adicionais na chegada às suas acomodações, durante a permanência e antes das competições, de acordo com as diretrizes de cada federação internacional.

O deslocamento dos atletas será realizado em veículos especiais habilitados pela organização, que também solicitará aos participantes que relatem periodicamente o seu estado de saúde e registrem a sua localização a todo o momento em um aplicativo móvel para detectar possíveis cadeias de infecção.

Os atletas não poderão, em princípio, usar o transporte público, exceto se for a única maneira de se locomoverem entre os alojamentos e os locais das competições fora de Tóquio.

Todas as medidas devem agora ser acertadas com o COI e as federações internacionais, segundo Toshiro Muto, que confia em “poder contar com o apoio” de todas as partes para poder fechar o protocolo de segurança para os atletas até o final deste ano. Aspectos como o tipo de teste a ser utilizado e os padrões de eficácia dos mesmos ainda não estão definidos.

Os organizadores também irão propor protocolos para os voluntários, pessoal médico e outros que possam estar em contato com os atletas, bem como para jornalistas, representantes de federações esportivas e comitês nacionais.

 

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  • 4 semanas depois...
NOTÍCIAS

https://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/toquio-detalha-simplificacoes-nas-olimpiadas-com-reducao-de-comitivas-mas-sem-afetar-atletas.ghtml

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As cerimônias de abertura e encerramento das Olimpíadas de Tóquio vão ter operações simplificadas.

Por exemplo : alguns parceiros (como patrocinadores e mídia) não vão contar com transporte e haverá redução de ingressos destinados aos convidados da família olímpica. A magnitude do evento deve ser redimensionada para cortar custos.

 

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  • 2 semanas depois...
On 8/9/2020 at 10:25 AM, E.R said:

Jogadores de futebol (com menos de 24 anos) que vão ter idade para jogar as Olimpíadas de Tóquio pelo Brasil :

GOLEIROS

. Ivan (Ponte Preta)
. Hugo Souza (Flamengo)

LATERAIS

. Guga (Atlético-MG)
Eder Militão (Real Madrid)
. Ramon (Flamengo)
. Ayrton Lucas (Spartak de Moscou)

ZAGUEIROS
. Ibañez (Roma)
. Gabriel Magalhães (Arsenal)
. Robson Bambu (Nice)
. Natan (Flamengo)

MEIAS

. Patrick de Paula (Palmeiras)

. Bruno Guimarães (Lyon)

. Wendel (Zenit)

. Gabriel Menino (Palmeiras)

. Matheus Henrique (Grêmio)

. Douglas Luiz (Aston Villa)

. Lucas Paquetá (Lyon)

. Gérson (Flamengo)

. Igor Gomes (São Paulo)

. David Neres (Ajax)

. Reinier (Borussia Dortmund)

ATACANTES
. Matheus Cunha (Hertha Berlim)

. Rodrygo (Real Madrid)

. Paulinho (Bayer Leverkusen)
. Antony (Ajax)
. Pedrinho (Benfica)
. Yuri Alberto (Internacional)

. Vinicius Júnior (Real Madrid)

. Pedro (Flamengo)

. Pepê (Grêmio)

. Richarlison (Everton)

 

Se o Hugo Souza manter a fase, estaremos bem representados na Terra do Sol Nascente...

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  • 2 semanas depois...
NOTÍCIAS

https://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/japonesa-de-117-anos-vai-carregar-a-tocha-das-olimpiadas-de-toquio-em-2021.ghtml

Pessoa mais velha do mundo, Kane Tanaka vai carregar a tocha das Olimpíada de Tóquio, adiadas para 2021 por causa da pandemia do coronavírus.

A japonesa de 117 anos está na lista para o revezamento da chama olímpica em maio, quando vai ter 118 anos e 129 dias, se tornando a pessoa mais velha a participar da cerimônia.

 

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  • 2 meses depois...
NOTÍCIAS

https://www.uol.com.br/esporte/ultimas-noticias/afp/2021/01/18/toquio-2020-anuncia-reducao-drastica-de-atletas-na-cerimonia-de-abertura.htm

Os organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio anunciaram que, devido à pandemia, vão reduzir o número de atletas nas cerimônias de abertura e de encerramento.

"Para garantir a proteção e a segurança dos atletas e simplificar as operações durante os Jogos de Tóquio, achamos necessário reconsiderar o número de participantes nas cerimônias de abertura e de encerramento", afirmaram os organizadores em uma declaração enviada para a AFP.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) planeja reduzir esse número quase à metade na cerimônia de abertura, prevista para 23 de julho de 2021, informa o jornal Yomiuri Shimbun.

De acordo com o jornal, cerca de 6.000 atletas participarão do evento, contra os mais de 11.000 programados para competir em Tóquio.

 

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  • 2 semanas depois...
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https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painel/2021/01/convicto-de-olimpiada-cob-se-une-a-outros-comites-e-cobra-coi-de-definicao-de-protocolos.shtml

O Comitê Olímpico do Brasil, ao lado de entidades de outros países, vai cobrar uma definição do Comitê Olímpico Internacional (COI) sobre o protocolo que vai ser usado nos Jogos de Tóquio, adiados para julho deste ano devido à pandemia.

Uma reunião está marcada para esta quinta (28).

Apesar de notícias da última semana, de possível cancelamento, o COB tem assegurado aos atletas a realização do evento, dizendo apenas não saber em qual formato.

Uma das principais dúvidas do comitê brasileiro é para saber quantas pessoas poderá levar aos Jogos.

 

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  • 4 semanas depois...
NOTÍCIAS

https://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/naomi-osaka-evita-pressao-mas-nao-esconde-expectativa-olimpica-toquio-seria-um-sonho.ghtml

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Fenômeno do tênis, a japonesa Naomi Osaka também é uma das estrelas das Olimpíadas de Tóquio e não esconde que o ouro nos Jogos em sua primeira participação é seu maior objetivo em 2021.

- Todo mundo meio que sabe que as Olimpíadas são muito importantes para mim. Seria minha primeira Olimpíada. Tóquio, é claro, seria um sonho. Mas eu não quero pensar muito nisso porque sinto que analisaria demais e me estressaria porque ainda há um longo caminho a percorrer. Eu apenas me concentro em mim mesma e no que posso fazer - disse.

 

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https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2021/03/paises-priorizam-vacinacao-de-atletas-de-olho-na-olimpiada-de-toquio.shtml

Em meio ao cálculo constante sobre como distribuir a oferta limitada de vacinas contra o coronavírus, o consenso mundial mais amplo costuma priorizar certos grupos: médicos e enfermeiras, os idosos e os doentes, os trabalhadores de linha de frente e os professores.

Não seria comum que atletas de elite – os praticantes de nado sincronizado e mergulho mais habilidosos de um país, seus corredores mais velozes, seus melhores ginastas e seus jogadores de badminton de primeira linha – entrassem na lista.

Mas é precisamente esse o debate que vem acontecendo em todo o mundo nos meses finais de preparativos para a Olimpíada de Tóquio, que acontece no terceiro trimestre.

Não é só uma questão de bioética. A maneira pela qual cada governo decidir proceder com relação à vacinação, nos próximos meses, determinará se a Olimpíada transcorrerá como uma catártica celebração do esporte internacional ou como um evento de contágio maciço com um mês de duração.

Em qualquer outro ano, os atletas profissionais – jovens, saudáveis e obviamente em excelente forma – seriam colocados no final da fila. Este ano, porém, com os Jogos Olímpicos se aproximando no Japão, onde uma alta no número de casos de Covid-19 no começo do ano forçou muitas das maiores cidades do país a decretar estado de emergência, no mês passado, a questão se tornou muito mais complicada.

Número crescente de países  vem anunciando que suas equipes olímpicas furarão a fila da vacinação. O presidente do México anunciou este mês que os atletas do país estariam no grupo prioritário, em companhia dos trabalhadores de saúde e professores. A Lituânia agiu ainda mais rápido e começou a ministrar a vacina aos seus atletas olímpicos algumas semanas atrás.

Em muitos países, as vacinações antecipadas são simplesmente um esforço para evitar casos inoportunos de contágio ou interrupções no precioso tempo de treinamento dos atletas. Nem os organizadores japoneses e nem o Comitê Olímpico Internacional (COI) vão exigir prova de vacinação ou de cumprimento de quarentena das pessoas que forem assistir ou participar dos jogos, ainda que atletas, comissões técnicas, jornalistas e dirigentes esportivos devam passar por exames regulares de coronavírus durante o período em que estiverem no Japão.

No entanto, mesmo especialistas em ética se dividem quanto à legitimidade de passar os atletas para a frente da fila, e sobre as consequências disso para a saúde mundial.

“Os atletas são trabalhadores essenciais”, disse Arthur Caplan, professor de ética médica na escola de medicina da Universidade de Nova York, ecoando opiniões expressadas nas últimas semanas pelos governos da Dinamarca, Sérvia e Filipinas, que anunciaram que incluiriam os atletas olímpicos no grupo de recebedores prioritários de vacinas.

Ele disse que embora o foco quanto à pandemia venha sendo, corretamente, as consequências físicas do vírus letal, os efeitos colaterais adversos dos lockdowns prolongados sobre a psique não vêm recebendo a atenção necessária. Ele disse que o esporte, nesse sentido, oferece uma distração saudável.

“Talvez devêssemos fazer o que precisamos para tornar possível que eles nos entretenham, a fim de nos ajudarem a suportar as circunstâncias difíceis criadas pelo isolamento”, ele disse.

Dick Pound, do Canadá, um membro poderoso do COI, sugeriu no mês passado que “usar de 300 a 400 vacinas, entre os milhões de doses disponíveis”, para vacinar os atletas olímpicos canadenses não seria motivo para grandes protestos do público.

Mas muitos políticos, dirigentes esportivos, atletas e cidadãos comuns – milhões dos quais estão ansiosos por receber a vacina o mais rápido possível – discordam dessa visão. E assim o debate, de certa forma, opõe aqueles que propõem uma interpretação rígida das regras de moralidade bioética àqueles que pedem por exceções adotadas em nome do bom senso, em um período extraordinário. Afinal, a Olimpíada vai unir representantes de mais de 200 países, e enviá-los de volta a cada canto do planeta depois de diversas semanas de competição.

Em uma entrevista, Evan Dunfee, esportista canadense da marcha olímpica, criticou Pound por sugerir que os atletas de seu país deveriam receber prioridade na vacinação; em sua opinião, eles, pelo contrário, deveriam servir de exemplo moral para uma sociedade.

Essa vem sendo a posição oficial em países como os Estados Unidos, o Reino Unido e e Itália, para citar apenas alguns exemplos.

“Os atletas dos Estados Unidos concordam em que devem esperar pela sua vez na fila de vacinação”, disse Bree Schaaf, antiga atleta olímpica e hoje presidente do conselho consultivo de atletas na equipe olímpica norte-americana.

Mas a recusa de furar a fila não impediu esforços das autoridades para acelerar a vacinação de seus atletas, dentro das regras.

Quando Sarah Hirshland, presidente-executivo da Comitê Olímpico e Paralímpico do Estados Unidos, se reuniu com representantes do governo de seu país este mês, ela declarou que a organização respeitaria as regras nacionais de saúde pública, mas ainda assim mencionou um cenário otimista sob o qual os atletas poderiam ser vacinados antes das seletivas olímpicas americanas, que acontecem na metade de junho.

De forma semelhante, Michael Schirp, porta-voz da equipe olímpica alemã, apontou que a comunicação entre as organizações esportivas e as autoridades requeria delicadeza, e articular ao mesmo tempo um desejo de respeitar as regras que se aplicam a todos os demais e a urgência que os dirigentes sentem, com a olimpíada a poucos meses de distância.

“Estamos dizendo que, embora não tenhamos vontade de furar a fila, ficaríamos satisfeitos se nossos atletas fossem vacinados o mais rápido possível”, disse. “Assim, tentamos sinalizar, mas não queremos que esse sinal seja visto como cobiçoso.”

Uma pesquisa entre atletas olímpicos alemães este ano iluminou a dinâmica complicada da situação: 73% dos entrevistados disseram concordar com o protocolo atual de vacinação, que não lhes confere tratamento especial. Mas quando perguntados se deveriam receber prioridade caso a vacinação fosse requisito obrigatório para a olimpíada, 70% dos atletas responderam que sim.

O COI indicou, até o momento, que vacinação não será pré-requisito para que qualquer pessoa participe da Olimpíada de Tóquio.

Contraste essa posição com a do México, onde os casos de coronavírus estão disparando e o acesso a vacinas continua baixo. Este mês, o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador decidiu incluir os atletas olímpicos em um grupo prioritário, em companhia dos trabalhadores da saúde e dos professores, garantindo que recebam as duas doses da vacina em tempo para os jogos. A declaração dele não causou grande alvoroço.

Os atletas olímpicos da Lituânia mal tiveram tempo de se angustiar com o problema, igualmente. O Ministério do Esporte do país colocou todos os atletas, comissões técnicas e pessoal médico potencialmente envolvido na equipe olímpica em uma lista nacional de prioridade, e essas pessoas começaram a ser vacinadas no dia 11 de fevereiro.

Observando esse fato, muitos atletas e dirigentes apontaram que as normas de vacinação podem influenciar os resultados das competições. Em um ano no qual todos os atletas com potencial olímpico tiveram suas rotinas de treinamento fortemente prejudicadas, a capacidade de se preparar para os Jogos sem ter de lidar com o medo de contágio pelo coronavírus pode favorecer alguns dos competidores.

No mês passado, depois que o comitê olímpico da Bélgica solicitou 500 doses de vacina ao governo, Johan Bellemans, o médico da equipe olímpica do país, disse à rede nacional de TV belga Sporza que os atletas sofriam maior risco de contágio por conta de suas agendas de viagens e que o número de esportistas apanhados como portadores de coronavírus era superior à média da população do país.

E ele disse que “obviamente não desejamos que nossos atletas sofram desvantagem competitiva”.

Tudo isso criou um dilema para o COI e para os organizadores da Olimpíada de Tóquio. Quando os atletas chegarem ao Japão, em julho, estarão ingressando em um país que não estará nem perto da imunidade de rebanho. O Japão só começou a vacinar os trabalhadores de seu setor de saúde na metade de fevereiro e não planeja começar a vacinar os moradores mais velhos até a metade de abril. Taro Kono, o ministro japonês encarregado de lançar a campanha nacional de vacinação, afirmou recentemente que os Jogos “não constam da minha agenda, de forma alguma”.

Receber milhares de pessoas não vacinadas, de centenas de países, está longe de ser ideal. Mas que os atletas de todo o mundo sejam vistos como furadores da fila para receber a vacina prejudicaria a imagem de uma Olimpíada que já está enfronhada em atrasos, estouros de custo e que enfrenta insatisfação da parte do público do país organizador.

A resposta das autoridades olímpicas e dos organizadores locais foi delegar a responsabilidade aos governos e aos comitês olímpicos dos países que participarão, encorajando-os a encontrar maneiras de vacinar seus atletas e comissões técnicas, mas declarando publicamente que os protocolos nacionais devem ser respeitados.

Giovanni Malagò, presidente do comitê olímpico italiano, disse ao jornal La Reppublica que ele sabia que seus colegas em outros países estavam solicitando vacinas para os atletas.

“Jamais vou pedir o mesmo. E não queremos prioridade nas vacinas, de qualquer jeito”, ele disse.

Pode ser que ela não seja necessária. Muitos dos atletas olímpicos italianos – o país espera enviar cerca de 300 deles ao Japão – podem receber suas vacinas em breve, de qualquer modo. Um porta-voz do comitê olímpico disse que cerca de 60% dos potenciais integrantes da equipe italiana pertenciam a clubes esportivos associados às forças armadas do país, o que automaticamente os coloca na lista de prioridade de vacinação.

“Sei que existem muitos atletas que, por trás de portas fechadas, sentem que seria justo eles terem prioridade”, disse. “Mas a opinião pública é tão veementemente contrária a esse tipo de coisa que ninguém será convencido e nenhum atleta que admitir esse ponto de vista será beneficiado.”

 

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