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[FALECIMENTO] Morrem Ingmar Bergman e Michangelo Antonioni


Antonio Felipe

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Postado (editado)

G1

Morreu nesta segunda-feira (30), aos 89 anos, o diretor sueco Ingmar Bergman. Considerado um dos mais importantes diretores do século 20, ele é o autor de clássicos como “O sétimo selo”, "Morangos silvestres" e “Cenas de um casamento”.

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No set de "Fanny & Alexander"

Sua morte foi "tranqüila e suave", segundo disse Eva Bergman à agência de notícias sueca "TT", que não informou nem a causa nem o momento exato do falecimento. O cineasta estava em sua casa, na ilha sueca de Faaro.

Bergman foi um dos fundadores da Academia Européia de Cinema, em 1988, e durante sua longa carreira, foi indicado ao Oscar nove vezes. Ele venceu a estatueta de melhor filme estrangeiro três vezes. O diretor sueco também foi premiado diversas vezes nos Festivais de Berlim e Cannes.

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Com a atriz Liv Ullman

Trajetória

O diretor sueco começou sua carreira nos anos 1950 e dirigiu mais de 40 filmes, entre eles "Gritos e sussuros" "Fanny e Alexander",“Persona” e "O silêncio" que o elevaram ao status de um dos maiores mestres do cinema moderno.

Nascido no dia 14 de julho de 1918 em Uppsala, ao norte de Estocolmo, Ingmar Bergman foi casado cinco vezes, teve nove filhos e sua vida privada o levou a ser alvo da atenção pública em vários momentos.

Bergman teve casamentos com mulheres belas e talentosas, além de várias relações amorosas com suas atrizes principais, dentre elas, Liv Ullman, com quem teve uma filha, Linn Ullman.

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Ullman estrelou dez de seus filmes, entre eles "Cenas de um casamento" (1973), que explora os conflitos sexuais e psicológicos de um casal em crise.

30 anos depois, já separados, Bergman e a atriz voltaram a trabalhar juntos em "Saraband", que mostra a relação dos protagonistas de "Cenas" num outro momento, na terceira idade. "Saraband", de 2003, foi o último filme de Bergman.

Ingmar Bergman exorcizou sua infância traumática por meio de obras-primas do cinema que exploraram a ansiedade sexual, a solidão e a busca por um sentido na vida.

A morte era um dos temas preferidos do diretor e estava presente em muitas de suas obras, como "O sétimo selo", em que um cavaleiro encontra a morte em pessoa e disputa com ela uma partida de xadrez que pode decidir seu destino. No longa, o cavaleiro é interpretado por Max von Sydow, um dos atores favoritos do diretor, com quem trabalhou em 13 filmes.

Em "Morangos silvestres", a morte também está presente. Aqui, um artista na terceira idade faz uma viagem para receber uma homenagem e aproveita o caminho para relembrar momentos e se despedir da vida.

Herança artística

O carinho que Bergman dedicava à morte e ao sexo como temas fizeram do diretor o maior ídolo do cineasta americano Woody Allen. Diversos filmes de Allen, tais como "Noivo nervoso, noiva neurótica", "A última noite de Boris Grushenko"

e "Memórias" fazem referências a obras de Ingmar Bergman.

Numa homenagem feita a Bergman no 70º aniversário deste, Allen disse: "Ingmar Bergman é provavelmente o maior artista do cinema desde a invenção da câmera cinematográfica".

Infância difícil

O pai de Ingmar Bergman, um pastor luterano que tornou-se capelão do rei da Suécia, costumava humilhar e surrar o filho, uma criança doente.

Bergman falou várias vezes do amor profundo que nutria por sua mãe, de seu hábito de refugiar-se em fantasias e de seu gosto pelo macabro. Críticos atribuem os temas de repressão, culpa e castigo, constantes em sua obra, à educação rígida que o diretor teve em sua infância.

Em entrevista rara concedida em 2001, Bergman disse que durante toda sua vida ele foi atormentado e inspirado por demônios pessoais. "Os demônios são inúmeros, aparecem nos momentos mais impróprios e geram pânico e terror", disse ele na época. "Mas já aprendi que, se consigo controlar as forças negativas e atrelá-las a minha carruagem, elas podem trabalhar em meu benefício."

Nunca o vínculo autobiográfico ficou mais claro que em "Fanny e Alexander", que Bergman afirmou ser sua obra-prima como cineasta. Produzido em duas versões, de três e de cinco horas, o filme recebeu quatro Oscar em 1984, um deles de melhor filme em língua estrangeira.

"Fanny e Alexandre" é um panorama detalhado de uma família de classe alta de Uppsala nos anos que antecederam a 1ª Guerra Mundial. O garoto Alexander, 10 anos, e sua irmã Fanny, 8, são mental e fisicamente abusados por seu padrasto, o bispo local, inspirado no pai de Bergman. O tímido e fraco Alexander usa poderes sobrenaturais para vingar-se de seu padrasto de maneira sinistra.

Reconhecimento internacional

O reconhecimento internacional pleno chegou para ele com "O sétimo selo", de 1956, que recebeu o prêmio do júri do Festival de Cannes em 1957.

Nos dez anos seguintes Bergman criou "Morangos silvestres", "O silêncio" (que incluiu uma cena sexual forte que provocou um choque com a censura sueca), "A fonte da donzela" e "Através de um espelho". Os dois últimos receberam o Oscar de melhor filme em língua estrangeira.

Em janeiro de 1976 ele foi preso durante um ensaio do Real Teatro Dramático por policiais à paisana, que o levaram para ser interrogado sobre suposta sonegação de impostos.

Ele não chegou a ser formalmente acusado, mas a humilhação que sentiu o levou a sofrer um colapso nervoso. Condenando publicamente à burocracia sueca, ele deixou seu país para viver um longo exílio artístico em Munique, na Alemanha.

Em 1984, Bergman retornou ao Real Teatro Dramático com uma versão aclamada de "Rei Lear". No ano seguinte ele pôs fim a seu exílio auto-imposto e passou a produzir uma seqüência de obras clássicas no teatro nacional.

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Nossa, morte terrível! Bergman era um mestre do cinema. Vi vários de seus filmes, todos incríveis.

Editado por Antonio Felipe
Postado

CinePlayers.com

Morre o cineasta Michangelo Antonioni

O diretor de cinema italiano Michelangelo Antonioni, 94, morreu na noite desta segunda-feira (30.07), em Roma.

O corpo do diretor italiano será velado nesta quarta-feira na Prefeitura de Roma e depois será levado para a sua cidade natal, Ferrara, no norte da Itália.

Antonioni despontou na cinematografia italiana com uma forma original de fazer filmes. Com obras como Crimes da Alma (1950), As Amigas (1955) e O Grito (1957), o diretor começava a dar início à ruptura do cinema italiano com o movimento neo-realista, estilo de linguagem que atingiu seu auge na segunda metade da década de 1940 e que teve em Vittorio de Sica e Roberto Rossellini seus expoentes máximos.

Em 1960, com A Aventura, Antonioni deu início à sua famosa trilogia da incomunicabilidade. Estrelado por aquela que viria a ser sua musa, Monica Vitti, o filme recebeu o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes. No ano seguinte, com Jeanne Moreau e Marcello Mastroianni, o diretor realizou A Noite, conquistando o Urso de Ouro em Berlim. O Eclipse, de 1962, com Alain Delon e de novo Monica Vitti, fecha o ciclo. No bolso, Antonioni levou novamente para casa o Prêmio Especial do Júri em Cannes.

Com Mônica Vitti, Antonioni realizaria ainda mais dois filmes: O Dilema de uma Vida, em 1964 (seu primeiro filme colorido) e O Mistério de Oberwald, em 1981.

A partir da metade da década de 1960, Antonioni passou a filmar na língua inglesa. Em 1966, realizou um de seus clássicos mais famosos: Blow-Up - Depois Daquele Beijo (sua única indicação ao Oscar de melhor direção). Em 1970, nos EUA, lançou o mal recebido (e compreendido) Zabriskie Point. E em 1975, foi a vez de Profissão: Repórter, estrelado por Jack Nicholson, cuja seqüência final, em que câmera atravessa as grades da janela de um quarto, está entre as mais famosas do cinema.

Já debilitado por um derrame, que o impedia de se comunicar (triste ironia), Antonioni co-dirigiu, em 1995, ao lado de Wim Wenders a produção Além das Nuvens. Seu último trabalho acabou sendo o episódio que dirigiu para Eros, de 2004, filme que fez em parceria com Steve Soderbergh e Wong Kar-Wai.

A Academia de Hollywood concedeu-lhe um Oscar honorário pela carreira em 1995.

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