O Grupo Chespirito e a Televisa demoraram mais de 4 anos para conseguirem um acordo de Chaves/Chapolin. Uma hipótese que eu penso é que a "solução" encontrada por eles para viabilizar o negócio foi eliminar "Chespirito" da jogada, diminuindo assim os valores, já que só de "Chespirito" são mais de 600 episódios. Televisa ficou satisfeita, pois conseguiu por um valor mais baixo as 2 séries que mais interessavam e o Roberto Gómez Fernández também, já que com Chaves/Chapolin de volta aumentaria a visibilidade da série biográfica e dos novos projetos com desenhos animados. É óbvio que nesse meio a parte financeira é fundamental, porém a impressão que eu tenho é que o Roberto Gómez Fernández poderia fazer mais pelo legado do pai. Ele sempre pareceu bem confortável com essa situação, diferentemente da própria Florinda, que está sempre se mostrando incomodada no Instagram com a ausência de "Los Caquitos", "Chifladitos"... Ainda sobre a Florinda, eu concordo totalmente quando ela diz que se Chespirito estivesse vivo não estaria satisfeito com essa situação, temos até o exemplo do final dos anos 90, que ele recusou uma proposta da Globo (muito mais vantajosa financeiramente) para renovar com a Televisa, o que permitiu que suas séries continuassem se difundindo para as novas gerações. Falando por mim, em 2023 eu quase já não tinha esperanças que as séries regressassem, por isso quando veio a notícia em setembro de 2024 foi uma empolgação tremenda, mas hoje, após mais de um ano, a sensação que eu tenho é a de um "banho de água fria", pois criei muita expectativa pensando que teríamos a oportunidade de finalmente conseguir o programa Chespirito em alta qualidade (igual temos de Chaves/Chapolin) e montarmos uma coleção sem marcas d'água de emissoras. Isso sem contar "Supergenios" e "La Chicharra" que já estavam esquecidas antes mesmo do apagão em 2020. Eu tento evitar ser pessimista, mas tudo indica que o futuro das séries CH é triste. Já não bastavam os episódios perdidos, agora temos séries inteiras perdidas (mais da metade da obra de Chespirito está no limbo).